Talvez você, como eu, esteja assistindo à “Expresso do Amanhã“, nova séria da TNT, também em exibição na Netflix. A plataforma optou por liberar um episódio por semana, o que significa que escrevo essa coluna em meio a um lançamento. Ainda tenho minhas dúvidas se gosto ou não desta nova adaptação da HQ, mas percebo algo interessante.
Talvez você não conheça a primeira adaptação do quadrinho “Le Transperceneige” de Jacques Lob, Benjamin Legrand e Jean-Marc Rochette: o filme “Expresso do Amanhã”, baseado na HQ, foi lançado de forma modesta em 2014. Dirigida por Bong Joon-Ho, o mesmo que venceu o Oscar 2020 por “Parasita”, a obra não foi tão bem vista pela produtora e distribuidora.
Por que tanta gente não conhece o filme?
Hollywood tende a não aceitar muito bem películas que não cabem dentro de caixas, ou que sejam desconfortáveis. “Expresso do Amanhã” é brilhantemente bizarro, cheio de coração e violência gráfica, disputa de classes. É esteticamente grotesco e maravilhoso. Assim, a Weinstein Company (sim, do criminoso e predador sexual Harvey Weinstein) adquiriu os direitos do filme, mas se incomodou com os itens supracitados e com algumas falas em coreano. Reduziu a campanha publicitária do filme e as exibições nas salas de cinema.