Neste mês das bruxas, nada mais justo que a gente passear por alguns dos símbolos mais conhecidos do mundo do sobrenatural, certo? Assim, queria começar explorando uma das imagens mais conhecidas do mundo ocidental: a licantropia – ou seja, a habilidade de se transformar em lobo. Nossa ligação com esse tipo de animalização é bem comum desde a Antiguidade clássica, mas talvez você não saiba que ela adentrou vários tipos de imaginário, da literatura de horror a uma adaptação em uma lenda indígena de um povo brasileiro.
Na verdade, antes de pessoas-lobo se tornarem algo comum em nossas histórias, a habilidade de metamorfosear-se em outro animal sempre foi uma das formas mais antigas de se pensar o xamanismo, e pode ser encontrada e em uma das peças mais antigas da literatura: a Epopeia de Gilgamesh (poema épico da Mesopotâmia, lançado no século 7 a.C. pelo rei Assurbanípal). A associação do homem com o animal (incluindo o lobo), então, é bem antiga, especialmente na cultura oral.